Belting, Ciência e Pedagogia Vocal
- Existe pedagogia vocal para o Belting
- Base fisiológica e acústica
- Atualmente existem muitas pesquisas científicas sobre Belting. Existem métodos aprovados, validados e aceitos mundialmente para ensino de Belting
- Jeannette LoVetri (Jeanne)
- Constatou a falta de formação específica em Belting
- Advoga a importância de estudo específico e base científica para o Belting
- No Brasil, o meio acadêmico da música popular ainda tem pouco espaço para Mix e Belting
- Algumas pessoas acreditam que as técnicas do Bel Canto são suficiente para cantar qualquer coisa.
- Não são, mas geralmente cantores treinados no Bel Canto podem ter mais facilidade para aprender outras técnicas por terem um bom condicionamento vocal
- No canto popular brasileiro é muito comum que professores tentem ensinar técnica vocal usando de experiência e sensações pessoais em detrimento de estratégias com base científica. Isso pode ser prejudicial porque as sensações no canto podem variar muito de pessoa pra pessoa.
- Muitas pessoas que são boas cantoras começam a ensinar canto sem uma base de pedagogia vocal adequada
- Ainda existe polêmica a respeito da definição de Belting. Alguns termos usados pra definir o Belting são:
- técnica
- qualidade sonora/vocal
- estilo de produção (Ingo Titze)
- "apenas um rótulo dado a um aspecto da função do registro de peito" (Jeannie LoVetri)
- Belting não é um registro vocal
- Atualmente reconhecido como:
- estilo ou técnica de cantar em mix
- predominância de subregistro de peito
- geralmente na região mais aguda da voz
- timbre:
- muito brilho (ring)
- metal (brassiness)
- twanginess (ardidinho característico do country estadunidense)
- twang pode ser nasal ou oral
- dinâmica forte
- Belting destaca muitas frequências em uma região mais sensível para os ouvidos humanos
- Legit
- Técnica muito próxima ao canto lírico mas que começa a caminhar para as características de voz falada do Belting
- Na época de ouro, a música acompanhou a TV e o cinema
- A música começou a se tornar parte da história de algumas obras e os personagens começaram a cantar
- Para atender o ímpeto dramático dos personagens, os cantores diminuíram a extensão de canto e trouxeram características de voz falada para o canto
- Cantoras precursoras do Belting no teatro musical
- Ethel Merman
- Celeste Holm
- Judy Garland
- Houve muitas críticas sobre ser uma forma muito pesada de cantar
- Críticas ao Belting
- Cornelius Reid: "prática de cantores pop de cantar até os limites do registro de peito"
- Richard Miller: "esta prática induz a conflito físico"
- Vennard, Silvers, Novak...
- O Belting típico dos anos 40 soava mais pesado e não subia tanto
- Muitas vezes quebrava acima do A3
- Esforço contínuo, estresse e aposentadoria precoce
- Envolve muitos fatore além da técnica
Pesquisas de Belting
- Há 30 anos (Miles e Hollien, 1990)
- Som alto
- voz pesada
- Alto nível de nasalidade
- Pouco vibrato
- Atualmente (Bourne, Kenny, 2015)
- Laringe em posição média ou alta
- Dorso de língua mais alto
- Fase fechada das PPVV mais longa
- Pressão subglótica alta
- Maior nível de esforço e controle (comparado ao canto clássico, que é mais estável)
"Belting and Pop, Nonclassical approaches to the female middle voice"
- O Belting é produzido a partir de certa manipulação da posição da laringe e do trato vocal.
- Suas características incluem:
- pouca ou nenhuma modificação da vogal
- sonoridade mais próxima da "natural"
- características da voz falada
- "Speech-like"
- Por meio de EGG (Eletroglotografia) foi identificado que há um quociente maior de contato (CQ) entre as pregas vocais no Belting
- Indicativo de um uso de registro modal em notas mais agudas
"Perceptual Findings on the Broadway Belt Voice" e "Correlates of the Belt Voice: A broader Examination"
- O Belting apresenta:
- laringe em posição mais alta
- constrição da musculatura faríngea
- não contração
- certa nasalidade e qualidade brilhante
- vibrato e brilho estão correlacionados com o volume percebido
"Substyles of Belting: Phonatory and Resonatory Characteristics"
- Sundberg propõe a classificação de Belting
- heavy
- brassy
- ringy
- nasal
- speech-like
- Essas classificações também se misturam
Note
O André ensina um Belting metálico e brilhante, com um pouco de nasalidade pra equilibrar. O Belting pesado pode ser mais perigoso pra voz.
- Subestilos relacionados a musicais ou repertórios
- Old Disney
- New Disney
- Rock-belt (como em Rent)
- Soul-belt
- Pop-belt
- Outros
"Acoustical Theory of Vowel Modification Strategies in Belting"
- Acusticamente a marca registrada do Belting é F1H2
- Cada vogal tem um limite de extensão que consegue manter as características do Belting. Para Beltings mais agudos, as vogais têm que ser modificadas, principalmente
[i]
e[u]
Características científicas do Belting
- Cada configuração de trato vocal vai favorecer certos sons
- Titze (2011) defende que a técnica do Belting é baseada em encontrar regiões de reatância (configurações de trato vocal) mais favoráveis para uma coleção de harmônicos
Equilíbrio do Belting: Interação Fonte-Filtro
- Fonte: gera o som; ocorre pelo fluxo de ar passando pelas pregas vocais
- Filtro: filtra as frequências produzidas na fonte
- Filtro adequado sem emissão de som adequada não produz Belting e vice-versa. A fonte e o filtro devem estar bem coordenados